Black Sabbath relança “The Eternal Idol” em edição remasterizada com faixas bônus e novo encarte

A lendária banda britânica Black Sabbath anunciou o relançamento de The Eternal Idol, um de seus álbuns mais subestimados e, ao mesmo tempo, históricos. A nova edição remasterizada chega no dia 25 de julho de 2025 em formato digital, CD e vinil preto, marcando quase quatro décadas desde seu lançamento original. Esta reedição é parte de um esforço contínuo da Rhino Entertainment para resgatar e valorizar os registros menos celebrados, mas musicalmente relevantes, da trajetória da banda.

Lançado originalmente em 1987, The Eternal Idol foi o décimo terceiro álbum de estúdio do Black Sabbath e o primeiro a contar com os vocais do talentoso Tony Martin, que mais tarde se tornaria uma figura-chave durante a era pós-Ozzy/Dio. Para esta nova versão, o disco passou por um trabalho cuidadoso de remasterização a partir das fitas analógicas originais, o que promete entregar uma experiência sonora mais rica e próxima da intenção original da banda.

A reedição ainda inclui duas faixas bônus: Some Kind Of Woman e Black Moon. Ambas já haviam sido disponibilizadas anteriormente na reedição expandida de 2010, mas agora aparecem com tratamento de áudio atualizado. O lançamento em CD contará com um novo encarte contendo fotos e informações inéditas, enquanto a versão em vinil trará uma folha de letras, um toque nostálgico e colecionável para os fãs de longa data.

Contexto turbulento e nascimento de um novo vocalista

A produção de The Eternal Idol aconteceu em meio a um período conturbado da banda. Durante a turnê de Seventh Star (1986), o então vocalista Glenn Hughes foi dispensado após poucos shows. Em seu lugar, entrou Ray Gillen, que gravou quase todas as faixas do novo álbum antes de deixar o grupo para formar o Badlands, ao lado do baterista Eric Singer, que também já havia tocado com o Sabbath e mais tarde integraria o KISS.

Com um álbum praticamente pronto, mas sem vocalista, o guitarrista Tony Iommi recrutou Tony Martin, que teve apenas duas semanas para regravar todos os vocais. O resultado surpreendeu pela potência e consistência, estabelecendo uma nova fase para o Sabbath — embora não tenha sido reconhecida de imediato. A única herança da versão com Gillen que permaneceu no disco foi a risada ao final da faixa Nightmare.

O reconhecimento tardio da era Martin

Apesar da qualidade vocal e musical de Martin, a aceitação por parte do público foi lenta. Em entrevista de 2017 ao site I Heart Guitar, Tony Iommi comentou: “É uma pena que tenha levado tanto tempo para as pessoas aceitarem o Tony como vocalista. Só agora dizem: ‘Caramba, aquela era uma boa banda com ótimos vocais’. Demorou muito para perceberem o quão bom aquilo era.”

Vale lembrar que The Eternal Idol ficou de fora do box Anno Domini 1989–1995, lançado em maio de 2024, que trouxe os demais álbuns da fase Martin devidamente remasterizados por Iommi, incluindo Headless Cross, Tyr e Cross Purposes, além de uma nova mixagem para Forbidden. A ausência do álbum de 1987 nessa coletânea tornou ainda mais aguardado o anúncio de sua própria reedição, agora marcada para julho de 2025.

Com sua atmosfera sombria, riffs marcantes e lirismo épico, The Eternal Idol é um retrato da capacidade do Sabbath de se reinventar mesmo em meio a desafios. Esta nova edição é mais do que uma homenagem: é uma reparação histórica e uma oportunidade para novas gerações descobrirem uma das formações mais injustamente esquecidas do heavy metal.

Tracklist da nova edição (2025):

1. The Shining

2. Ancient Warrior

3. Hard Life To Love

4. Glory Ride

5. Born To Lose

6. Nightmare

7. Scarlet Pimpernel

8. Lost Forever

9. Eternal Idol

Faixas bônus:
     10. Some Kind Of Woman
     11. Black Moon