Ghost Revoluciona Shows em 2025 com Proibição de Celulares: A Experiência do Presente
Em tempos em que a maioria dos shows é marcada por plateias iluminadas pelas telas dos celulares, a banda sueca Ghost, liderada por Tobias Forge, decidiu remar contra a maré. Durante uma recente entrevista ao Planet Rock, Forge revelou que os concertos da nova turnê mundial The Skeletour terão uma regra clara e inegociável: proibição total do uso de celulares durante as apresentações.
4/27/20253 min read


A medida, que já começou a ser aplicada nos shows da turnê de 2025, não é apenas um capricho ou uma tentativa de controlar o conteúdo divulgado na internet. Forge explica que a decisão nasce de um desejo muito mais profundo: resgatar a conexão direta entre a banda e o público, algo que, segundo ele, vem sendo diluído pela onipresença das telas.
“Não tem a ver com direito autoral ou com medo de vazamento,” afirmou Forge. “É sobre as pessoas estarem realmente ali, de corpo e alma. Quero que nossos fãs vejam o show com os olhos e o coração, não através de uma tela.”
A política é clara: antes dos shows, o público é informado que os celulares deverão ser armazenados em bolsas de segurança lacradas, que só podem ser abertas ao final da apresentação. Quem descumprir a regra, pode ser gentilmente convidado a se retirar do local. Uma prática já adotada por outros artistas de renome como Jack White e Bob Dylan, mas que causa sempre reações mistas.
Uma Experiência Imersiva e Autêntica
Com o lançamento de Skeletá, seu mais novo álbum, o Ghost está vivendo um momento de renovação criativa, incorporando o personagem Papa V Perpetua no lugar de Papa Emeritus IV. Esta nova fase da banda é marcada por uma atmosfera ainda mais teatral e introspectiva, o que torna a experiência ao vivo algo que Forge considera sagrado.
"Existe uma troca de energia no palco que é difícil de explicar. É quase espiritual. E ver pessoas distraídas, filmando ou mandando mensagens durante esse momento, quebra completamente essa magia," explicou o músico.
O Ghost sempre foi conhecido por suas apresentações cuidadosamente coreografadas, com figurinos, cenários elaborados e uma narrativa que atravessa os álbuns e os shows. Nesse contexto, a decisão de eliminar as distrações digitais parece natural, ainda que ousada. Forge acredita que a medida também acaba ajudando o público a criar memórias mais vívidas e emocionais.
“Quando você passa o tempo todo tentando capturar um momento, você, na verdade, perde o momento,” disse Forge.
Reações do Público: Divisão Entre Apoio e Crítica
Desde o anúncio, a política de proibição de celulares gerou debates acalorados entre os fãs e a mídia especializada. Muitos aplaudiram a iniciativa, destacando o valor de uma experiência musical plena e focada. Outros, no entanto, criticaram a medida como excessivamente restritiva, alegando que a captura de vídeos e fotos é uma parte importante de como as novas gerações vivem — e revivem — eventos culturais.
Nas redes sociais, a divisão é clara. Enquanto alguns usuários celebram a "coragem" do Ghost em promover um tipo de resistência contra a cultura digital imediatista, outros lamentam a impossibilidade de registrar pessoalmente momentos históricos da carreira da banda.
“Finalmente alguém entende! Shows são para serem vividos, não para serem gravados,” comentou um fã no Twitter.
“Amo o Ghost, mas fiquei desapontado. Sempre filmo meus shows favoritos para guardar de lembrança,” reclamou outro.
Forge, no entanto, parece confortável com a decisão e preparado para lidar com as críticas. Para ele, a prioridade é a qualidade da experiência coletiva.
Um Movimento Que Pode Inspirar Outros Artistas?
A iniciativa do Ghost não acontece isoladamente. Nos últimos anos, a indústria musical tem testemunhado um movimento crescente de artistas que optam por limitar ou banir o uso de celulares em seus shows. Essa tendência reflete um questionamento mais amplo sobre o impacto das redes sociais e da hiperconexão na maneira como vivemos experiências culturais.
Especialistas apontam que viver o momento, sem a intermediação de uma tela, fortalece a memória emocional e cria laços mais profundos com o evento. Em um tempo onde o "registro" muitas vezes importa mais que o "sentir", movimentos como o do Ghost soam quase revolucionários.
E, se depender de Tobias Forge, essa revolução vai muito além de uma simples regra de comportamento. É parte de uma filosofia artística que valoriza a presença, o sentimento e a criação de um espaço onde a música — e apenas ela — seja a protagonista.
"Quero que nossos shows sejam lembrados como noites mágicas. Não como arquivos digitais guardados num telefone," concluiu Forge.
Em tempos de saturação tecnológica, a iniciativa do Ghost surge como um convite raro e poderoso: deixar o celular de lado, abrir os olhos, o coração e simplesmente... viver o momento.
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