Jim Root revela planos para novo álbum do Slipknot: "Tenho seis músicas prontas e mais quatro em desenvolvimento"

Jim Root, guitarrista do Slipknot, revelou ter seis músicas prontas e outras quatro em desenvolvimento para o próximo álbum da banda.

5/27/20254 min read

Em uma recente participação no podcast Turning Wrenches, Jim Root, guitarrista do Slipknot, abriu o jogo sobre os planos futuros da banda e o processo criativo que está em curso para o próximo álbum de estúdio. Após um período intenso de turnês ao redor do mundo — motivadas, em grande parte, pela necessidade de apresentar ao público o novo baterista Eloy Casagrande —, o músico deixou claro que agora é o momento de desacelerar e focar na criação de novas músicas.

“Temos feito muitas turnês, e meio que tivemos que fazer isso por conta da troca de baterista”, explicou Jim Root, referindo-se à recente entrada de Eloy Casagrande no grupo. “Assim que o Eloy entrou na banda, sentimos que precisávamos ir para a estrada e mostrar ao mundo o motivo pelo qual ele agora faz parte do Slipknot. Isso era extremamente importante para nós. Agora que ele está conosco, é hora de escrever um novo álbum.”

Para Jim, o ambiente das turnês não favorece sua criatividade. “É muito difícil, pessoalmente, ser criativo quando sei que há uma turnê à espreita. Preciso saber que tenho um tempo livre, poder sentar aqui na minha mesa, com meus monitores e computador, e simplesmente criar, fazer arranjos que posso mandar para o Corey [Taylor, vocalista], para o Clown [Shawn Crahan, percussionista] e para o resto da banda.”

O guitarrista revelou que, após a atual turnê europeia, ele decidiu colocar um freio nas agendas de shows. “Disse ao nosso empresário: ‘Pare de agendar turnês, cara. Pare.’ Entendo que é o Slipknot, sempre surgem convites, e é difícil dizer não, especialmente porque alguns dos caras mais novos da banda precisam da grana. Eles são músicos contratados, têm família, e não queremos que eles tenham que voltar a trabalhar em outra coisa quando saímos da estrada. Queremos fazer dinheiro suficiente para que possamos continuar pagando eles enquanto trabalhamos na música, nos estúdios que o Clown gosta de usar, sendo criativos.”

Apesar das pressões financeiras e logísticas, Jim se manteve firme: “Preciso desse tempo para mim, para ser criativo. E está voltando.”

O processo criativo e as novas composições

Jim Root fez questão de esclarecer rumores recentes que circularam na imprensa, que sugeriam que os fãs não deveriam esperar um novo álbum tão cedo. “Isso foi tirado de contexto. Na época, eu estava esgotado da turnê e falei aquilo em Londres, no fim da nossa turnê europeia de 2024. Mas não é mais o caso. Agora tenho cerca de seis novos arranjos que considero dignos de serem apresentados ao resto da banda.”

Além dessas seis composições, ele revelou estar trabalhando em mais quatro ideias. “Gosto de ter muitas músicas antes de entrarmos em pré-produção. Gostaria de ter entre 20 e 25 ideias para depois refinarmos, rearranjarmos e o Corey escrever as letras.”

Essa abundância de material é parte fundamental do método criativo do Slipknot, conforme Jim explicou: “Você sempre quer ter muito mais material do que precisa. Às vezes, você está trabalhando em algo que acha que será incrível, mas quando começa a gravar, a vibe se perde. E sempre tem aquela música meio estranha, que você não dá muita atenção, e de repente ela se transforma em um hit.”

Ele citou como exemplo a canção “The Devil In I”, do álbum “.5: The Gray Chapter” (2014). “Eu achei que essa música era repetitiva demais, que seria só um preenchimento. E, de repente, virou uma das que sempre tocamos ao vivo, e a gravadora quis que fosse single. Fiquei surpreso.”

O futuro próximo do Slipknot: menos turnês, mais estúdio

Root deixou claro que, ao menos por enquanto, não há planos para novas turnês. “Provavelmente vai demorar um pouco até fazermos outra turnê pelos Estados Unidos ou Europa. A última sequência foi pesada: passamos pela América do Sul, México, Austrália e Nova Zelândia. Isso acabou comigo. Levei quase um mês para me recuperar, por conta do jet lag. Você atravessa a linha internacional de data, chega em casa antes de ter saído, e são mais de 30 horas viajando.”

Essa pausa nas apresentações ao vivo é justamente para dar espaço ao trabalho criativo. Jim revelou que pretende, antes mesmo de iniciar a produção completa do novo álbum, lançar algumas músicas. “Gostaria de lançar algo antes de começarmos a trabalhar no disco inteiro. Vai levar um tempo até termos tudo pronto, fazer pré-produção, então seria legal lançar uma ou duas músicas antes.”

Segundo ele, essa estratégia também serve para sondar o direcionamento musical do Slipknot nesta nova fase. “Não sei se essas faixas mostrariam exatamente a direção que o álbum vai tomar, mas quero jogar essas ideias para o Clown e o Corey, ver o que chama a atenção deles. Podemos muito bem, quando voltarmos da Europa, ir ao estúdio do Clown e começar a trabalhar em uma dessas músicas para lançar.”

Jim chegou a sugerir que poderiam lançar até três músicas como uma espécie de prévia ou EP, desde que isso não comprometa o tempo necessário para continuar compondo. “Preciso garantir que ainda tenha aquelas 25 músicas separadas dessas, para trabalhar depois.”

A importância de Eloy Casagrande na nova fase

Um ponto que Jim Root reforçou diversas vezes foi a importância de incluir Eloy Casagrande, ex-baterista do Sepultura, nesse processo criativo. “Devemos isso ao Eloy. Precisamos colocá-lo na sala, começar a improvisar, ser criativos com ele. Não é só sobre substituir um baterista; é sobre integrar ele de verdade ao som do Slipknot.”

Essa fase marca um momento de transição e, ao mesmo tempo, de reafirmação para a banda, que completou 25 anos de carreira em 2024. Com novos membros e novas perspectivas, o Slipknot se prepara para o que pode ser um dos álbuns mais importantes de sua trajetória, integrando a energia explosiva de Eloy com a visceralidade que sempre marcou sua música.

Enquanto os fãs aguardam ansiosos por novidades, uma coisa é certa: o Slipknot está se reinventando mais uma vez, fiel à sua essência criativa e à busca incessante por intensidade. “Só quero ter tempo para sentar aqui, ser criativo, e ver onde isso nos leva”, concluiu Jim Root.