Kerry King revela bastidores do Slayer, relação com Tom Araya e futuro da banda em entrevista exclusiva ao Cucamonga

Em uma entrevista franca e recheada de bastidores, Kerry King, o lendário guitarrista do Slayer, conversou com Luiz Cesar Pimentel para o canal brasileiro Cucamonga. Em um papo descontraído, King falou sobre o impacto da morte de Jeff Hanneman, os altos e baixos da relação com Tom Araya, e os planos para o futuro da banda, que, mesmo após sua anunciada aposentadoria, ainda movimenta legiões de fãs ao redor do mundo.

4/27/20253 min read

A entrevista trouxe à tona sentimentos profundos e a complexidade da convivência em uma das maiores bandas de thrash metal de todos os tempos.

A perda de Jeff Hanneman e suas consequências

Um dos pontos centrais da conversa foi o impacto da morte de Jeff Hanneman, guitarrista e um dos fundadores do Slayer, falecido em 2013. Para King, a ausência de Hanneman mudou a química interna da banda de maneira irreversível.

"Para o Tom, especialmente, foi algo muito difícil de superar", disse King. "Jeff não era apenas um colega de banda, ele era como um irmão para nós. Quando ele morreu, a banda nunca mais foi a mesma para o Tom."

Segundo King, Hanneman não era apenas um parceiro criativo; ele era também um símbolo do espírito livre e agressivo que moldou a identidade do Slayer. A perda dele parece ter acelerado o desejo de Araya de se afastar da vida intensa das turnês e dos palcos.

A relação com Tom Araya: entre distanciamento e respeito

Quando o assunto se voltou para a relação atual com Tom Araya, Kerry King foi direto: "Ele não é mais o cara com quem eu comecei a banda."

King revelou que, mesmo durante os anos de sucesso estrondoso, sua relação com Araya sempre foi mais profissional do que pessoal. "Nós nunca fomos de sair juntos ou conversar muito fora dos shows. Nosso elo sempre foi a música. Mas, ao longo do tempo, as diferenças pessoais se tornaram mais evidentes."

Apesar disso, King não guarda ressentimentos. Ele reconhece que as mudanças são inevitáveis e que, enquanto ele próprio manteve seu espírito jovem e contestador, Araya trilhou um caminho de transformação pessoal mais profunda.

Em uma comparação bem-humorada, King disse: "É como escolher entre milkshakes de chocolate e de baunilha. Somos diferentes, mas conseguimos criar algo incrível juntos."

Reuniões recentes: nostalgia e energia renovada

Mesmo após o fim oficial do Slayer em 2019, King e Araya voltaram a se reunir recentemente para dois shows especiais. Para surpresa de muitos — e até deles mesmos —, a química ainda estava lá.

"Nos reunimos, ensaiamos e foi como voltar no tempo", contou King. "O Tom estava realmente animado. Após os shows, brindamos com tequila, como nos velhos tempos."

Essas apresentações pontuais reacenderam uma centelha entre os dois músicos, ainda que, segundo King, isso não signifique uma reunião completa do Slayer em termos de novas gravações ou turnês extensas.

Ainda assim, o Slayer está confirmado em grandes eventos em 2025, incluindo uma apresentação no festival Louder Than Life, nos Estados Unidos, e um show especial de despedida ao lado do Black Sabbath no Reino Unido, marcado para julho.

Esses compromissos pontuais parecem simbolizar mais um fechamento de ciclo do que uma retomada de atividades regulares.

O futuro de Kerry King

Enquanto o Slayer realiza esses shows de celebração, Kerry King segue sua trajetória musical com novos projetos. Ele está promovendo seu álbum solo, onde continua explorando sua paixão por riffs pesados e temáticas obscuras.

King, que sempre se manteve fiel às raízes do thrash metal, demonstra entusiasmo ao falar sobre suas novas músicas. Ele deixa claro que, independentemente dos rumos do Slayer, sua paixão pela música extrema permanece inabalável.

"Eu nunca vou parar de fazer música pesada", afirmou com convicção. "Está no meu sangue."

O legado eterno do Slayer

Ao longo da entrevista, ficou evidente o respeito de King pelo legado construído com o Slayer. Mesmo com todas as diferenças pessoais e tragédias que marcaram o caminho da banda, ele reconhece que o que foi criado transcende qualquer discordância.

"O Slayer é maior do que nós. É algo que pertence aos fãs tanto quanto pertence a nós", declarou.

Para King, o legado do Slayer é algo que continuará vivo, não apenas pelas músicas gravadas e pelas turnês históricas, mas também pelo impacto cultural que a banda teve no metal e na música pesada como um todo.

Considerações finais

A entrevista de Kerry King ao Cucamonga proporcionou um olhar honesto e humano sobre os bastidores de uma das maiores bandas de metal do mundo. Em vez de alimentar rivalidades ou ressentimentos, King falou com maturidade sobre a inevitabilidade das mudanças, sobre a importância dos vínculos musicais e sobre a aceitação de que, às vezes, caminhos diferentes precisam ser trilhados.

A celebração de 2025, com shows especiais e encontros pontuais, parece ser a maneira perfeita de honrar o passado, ao mesmo tempo em que cada membro do Slayer segue seu próprio caminho.

No fim das contas, a história do Slayer é também uma história de amizade, perda, superação e amor incondicional pela música pesada — sentimentos que, como a própria música da banda, continuam ecoando para além das palavras.