Shadows Fall retorna com fúria apocalíptica em "Souls Devoured": metal híbrido, pesado e visionário

Depois de anos longe dos estúdios, o SHADOWS FALL reacende sua chama criativa e solta mais uma rajada de peso com o novo single “Souls Devoured”, liberado recentemente pelo selo MNRK Heavy. A faixa é a segunda lançada pela banda desde seu retorno às atividades, sucedendo “In The Grey”, divulgada em dezembro do ano passado. E se a primeira já havia deixado os fãs com sangue nos olhos, esta nova música chega para consolidar de vez uma nova fase intensa e experimental para o quinteto de Massachusetts.

Uma nova era, mas com raízes firmes

O vocalista Brian Fair expressou entusiasmo com a fase atual da banda, destacando que o retorno às composições tem sido uma redescoberta criativa. Em entrevista recente, ele explicou:
"Estamos felizes demais por finalmente lançar material novo. Voltamos aos palcos sem saber se iríamos compor novamente, mas a escrita acabou se tornando o foco principal nesse último ano e meio. E tem sido incrível."

Para Fair, o processo de criação de “Souls Devoured” é um reflexo direto da filosofia sempre adotada pelo SHADOWS FALL: liberdade estilística e intensidade sem concessões.
"Essa música é um exemplo perfeito de como nunca tivemos medo de misturar gêneros. Ela começa com um riff enorme, com uma pegada de groove rock, depois mergulha em um verso inspirado no black metal, abre em um refrão meio PANTERA e caminha para uma ponte com death melódico. Pode parecer caótico, mas buscamos manter tudo coeso. É isso que define nossa essência."

O som do apocalipse

Musicalmente, “Souls Devoured” representa uma síntese ousada do passado com o presente da banda, mirando diretamente no futuro. A faixa é densa, imprevisível e técnica — um verdadeiro caldeirão de influências que vai do metal clássico ao extremo mais sombrio. Guitarras afiadas, variações rítmicas brutais e vocais rasgados se fundem para criar um cenário sonoro apocalíptico.

A letra, segundo Fair, segue esse clima devastador, mas com um viés filosófico e até mesmo literário:
"Liricamente, a música fala sobre se encontrar preso em um evento apocalíptico, onde demônios e desastres começam a devorar o mundo. É sobre sobreviver ao colapso do planeta e perceber que a única forma de resistir é liberar seus próprios demônios interiores."

Ele completa:
"Passamos a vida tentando silenciar ou negar as vozes sombrias dentro de nós. Mas, nesse cenário, libertá-las pode ser a única saída. É enfrentar o mal tornando-se o próprio mal. Coisa de heavy metal mesmo! Foi libertador explorar esse tipo de narrativa mais obscura."

"In The Grey" e o novo ciclo criativo

A primeira amostra da nova fase, “In The Grey”, já havia dado pistas claras de que o SHADOWS FALL estava com fome de inovação. Com riffs velozes, refrão melódico e energia de sobra, a faixa foi um cartão de visitas certeiro para essa retomada.

"Queríamos começar com algo direto, rápido, thrash. Sem enrolação. E 'In The Grey' veio rapidamente, tudo clicou desde o início. Foi ótimo voltar a compor juntos e perceber que ainda temos essa química." — comentou Brian na época do lançamento.

Apesar do entusiasmo com os singles, a banda está trabalhando em um álbum completo, embora opte por liberar as faixas em partes. O modelo de lançamentos fracionados permite manter o interesse dos fãs ao longo do tempo, e garante que cada música receba a devida atenção.

MNRK Heavy e o novo lar criativo

Outro ponto importante é a nova parceria com a gravadora MNRK Heavy, conhecida por apoiar artistas de som agressivo e autoral. Para o SHADOWS FALL, essa nova casa representa um novo ciclo de liberdade criativa e suporte sólido para seu renascimento artístico.

Embora ainda não haja uma data oficial para o lançamento do álbum completo, os dois singles já disponíveis sugerem um trabalho coeso, brutal e surpreendentemente maduro. “Souls Devoured” e “In The Grey” não são apenas canções isoladas — são capítulos de uma obra maior que começa a tomar forma.

O que esperar daqui pra frente?

Para os fãs de longa data, o retorno da banda é um presente aguardado há anos. Para os novos ouvintes, é uma chance de mergulhar em um som que transcende rótulos e entrega tudo que o metal moderno pode oferecer: peso, técnica, emoção e ousadia.

E o melhor: esse renascimento do SHADOWS FALL não soa como um retorno nostálgico. Pelo contrário, soa como um novo começo — mais sombrio, mais afiado e mais ousado do que nunca.